Foto: Ana Paula de Faria

"SINOPSE"


“UM BRASILEIRO” que conta a história do “José João da Silva”, um migrante radicado em São Paulo, que, após enfrentar inúmeras dificuldades, vive um grave momento de crise onde o suicídio se apresenta como sua única alternativa. Neste momento crucial lhe acontece uma revelação transformadora. Devido a ela, Zé João revisita suas memórias e as emoções que carregam, atualizando-as pelo viés da revelação. Assim as encontra construtivas, amorosas, felizes. Seu olhar passa a ser do observador consciente de seu papel, que mantém e fortalece sua capacidade inteligente de refletir a cultura diferente da sua através de conteúdos lúcidos, criativos, amorosos e bem-humorados. Desta forma “Zé João” se reconstrói e se reidentifica – LIBERTA-SE !





FICHA TÉCNICA

Direção: RUBENS CURI
Elenco: MAURÍLIO DOMICIANO
Texto: SÉRGIO CARVALHO DA FONSECA e RUBENS CURI
Cenografia: DANIELA THOMAS
Iluminação: DAVI DE BRITO e VÂNIA JACONIS
Figurino: CLAUDIA SCHAPIRA
Trilha Sonora: RUBENS CURI
Fotografia: MICHELA BRÍGIDA
Criação e Projeto Gráfico: VINÍCIUS PRADO
Produção: MAURÍLIO DOMICIANO
Assistente de Produção: ANA PAULA DE FARIA e JORGE MELO
Assessoria de Imprensa: ANA PAULA DE FARIA



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SESC Consolação - Estréia do Espetáculo "Um Brasileiro"

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Migrante cheio de graça, o futuro é convosco,
Bendito sois vos entre os humanos e bendito seja o fruto de vosso ato,
á miscigenação.

Santo Migrante, mãe e pai de todos, rogai pelos tais senhores donos da verdade ,agora e na hora de nosso migrar,
AXÉ.

A PROPOSTA DE ENCENAÇÃO parte de uma espinha dorsal que consiste na idéia de que o protagonista não é um coitado, sofrido, e vítima, como normalmente é exposto o trabalhador que migrou de outras regiões para uma cidade grande. Nesta encenação ele se apresenta o forte e esperançoso que, apesar de todas as graves dificuldades vence em força; uma força que se mostra como sua maior riqueza, com a qual impregna tanto seu dia-a-dia, como em suas ações e expectativas frente à “nova” sociedade a sua volta. Seu olhar é o do observador conscientizado de seu papel, que mantém e fortalece sua capacidade inteligente de refletir a cultura diferente da sua através de conteúdos humanos firmes e lúcidos, que são pertinentes a todo e qualquer ser humano.
Como nortes internos para a construção da personagem, temos a valorização do quanto o migrante sabe de sua cultura e parte dela para manter sua criatividade, afetividade e força de trabalho, e também o fato de o quanto ele pode chegar a conhecer da intimidade de seus “patrões” e “opressores”.

O trabalho de criação do ator caminha em conjunto com a construção da adaptação do texto, que em seu original funciona como deflagrador da idéia, para aqueles que assim o desejarem ou forem tocados a ponto disto. Há a necessidade de comunicar num nível onde a razão realmente não seja o filtro principal, mas sim emoção e as intensidades subterrâneas.
Neste caminho da construção da personagem, o trabalho do ator e as intenções cênicas serão conduzidos por caminhos que toquem no limite onde a expressão é inteira e espontânea, surgida da urgência. A interpretação acontece em dois planos – a personagem e sua história e o migrante e sua consciência. São dois planos ao mesmo tempo. Na interpretação isto se revelará no migrante contando da personagem, ao mesmo tempo em que a vive, sendo que insere observações e interjeições reflexivas – hora sendo um, hora sendo todos.

O tempo da atuação será o do raio e seu clarão. As palavras serão o trovão e a chuva (em suas manifestações, da torrencial à garoa), levando a personagem a apontar o “crescimento” do engessado “homem capa-de-revista” para o menino sonhador que tem em si o que será. Corpo e voz serão trabalhados para se expressar com tonalidades de dança e canto, refletindo a musicalidade e a capacidade rítmica dos brasileiros.
A voz não cairá em padrões estereotipados de sofrimento, orgulho raivoso, vingança ou mágoa, muita menos baixa auto-estima. O corpo não adquirirá posturas de oprimido, encarquilhado ou qualquer outro viés de fácil penalização. Do terno ao nu não perderá a dignidade e a elegância de alma, o humor e a capacidade de esperança e felicidade.
O corpo que dança e a voz que canta. A alma inteligente que reflete com humor e que se liberta pelo rir de si própria (e do outro tão algemado pelo cargo de “o eleito”).
Na linguagem cenográfica, erigindo as bandeiras que eleva do chão ao alto (construindo). Na linguagem do figurino e maquiagem, desvestindo as máscaras da aparência (libertando). Na linguagem da luz, iluminado como uma estrela (o que todos são).

Na totalidade da concepção encenação:
BASTA DE VITIMIZAÇÃO DAQUELE QUE, VÍTIMA, O É APENAS DEVIDO A IMAGEM DA COISA E A IDÉIA DO FATO – COISA E FATO QUE, EM VERDADE, SÃO BEM O OPOSTO DO PARADIGMA IMPOSTO.

INTERPRETAÇÃO – O ator interpretará uma personagem central específica, e também algumas outras, arquetípicas (pai, mãe, mulher...) – Na medida em que o espetáculo vai acontecendo se revela o arauto da descoberta da felicidade de ser quem se é, trazendo o frescor da liberdade através do reconhecimento de seu valor intrínseco, cultural e pessoal – seu sonho projetado.

Rubens Curi

Um comentário:

  1. Oi Maurílio! O Blog está bem bacana!
    Muito legal a iniciativa!

    Vou lhe encaminhar um e-mail com algumas observações, pois a quantidade de caracteres deste espaço para comentários é limitada.

    Parabéns e bjão!
    Rubens

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"Um Brasileiro"

"Um Brasileiro"
Foto: Ana Paula de Faria

Foto: Michela Brigida

Foto: Michela Brigida

Foto: Ana Paula de Faria